Valores Militantes

Utopia
“Embora muitas vezes não enxerguemos a linha do horizonte por causa da neblina, ela está lá, em algum lugar. Para vê-la, precisamos continuar caminhando”.
Ademar Bogo



A utopia é a mística que está em nossos corações. É essa verdade tão pura, e às vezes tão distante, que é nosso elo, desejo, motivo. Acreditar na luta pode parecer grande demais, todavia é nessa mesma luta que podemos ver o prazer do estar juntos. Nossos objetivos não são estáticos, nem tampouco o resultado que queremos. Daí a constante caminhada que traçamos. Em par, coletivo, pisamos, seguimos. Os sonhos podem estar na linha do horizonte, mas sabemos que aí não está o fim, e sim, um novo começo.

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Indignação
“Se você treme de raiva diante de uma injustiça, então, somos companheiros!”
Che Guevara





A indignação é o brilho no olho diante de uma injustiça que só o humano pode experimentar. Posto que o homem é esse ser sensível, e, diferente da máquina, comove-se contra a opressão. Indignação é a capacidade de sentir-se explodir por dentro quando se topa com o errado. É enxergar em frias estatísticas o sofrimento, a iniqüidade, as desigualdades. É ter luz nos olhos, entender, e revirar a raiva em vontade de mudança.



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Alegria
“Já é tempo de sair do lugar, já é tempo da alegria girar...”
Validuaté



A luta diária deve ser regada de sorrisos. Os frutos dela são o motivo da alegria de um lutador do povo. São a contribuição para um novo projeto de sociedade mais justa, igualitária e democrática. Embora a tristeza ou a desconfiança abatam alguns dias, é na retomada que aquela energia integradora surge e nos lembra dos motivos pelos quais entramos na caminhada. Assim, é nos espaços que construímos, onde sentimos a paixão por transformar, em cada ação, em cada novo amanhecer. Afinal, a tristeza não tem lugar no futuro que pensamos para os que virão.



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Auto-crítica
“Mas o que você pode ver do seu nariz, se alguém não segurar um 
espelho diante da sua cara?”
Isac Asimov 

Abrir os olhos para a configuração de sociedade que temos, e mais que isso, optar por contribuir para que essa configuração mude, é escolha de vida. A tomada de consciência frente às contradições desse mundo doente também passa por nós mesmos. Enxergar no outro, defeitos, erros, pode parecer simples, mas constante deve ser nossa auto-crítica. Conhecer a si próprio é passo para sabermos como podemos auxiliar na construção coletiva. E como pontua Frei Betto, auto-crítica é, também, aceitar a crítica do companheiro.

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Compromisso
“Era um daqueles sentimentos puros que não embaraçam o exercício da vida, que se cultivam porque são raros e cuja perda daria mais tristeza do que a posse satisfação”.
Gustave Flaubert
Compromisso é ter sempre em mente a florzinha da coerência. Não perder as origens, e saber acima de tudo, que para chegar onde queremos não adiantam caminhos mais fáceis, mais rápidos. O compromisso é o laço que te une à luta, ao combate às opressões. Embora, mesmo que o oprimido pareça estar errado, é preciso entender a construção histórica dos sujeitos e saber que existem fatores anteriores. Comprometer-se inclui regar todos os dias, de vento, música e esperança, a plantinha que floresce em nossas consciências.

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Coerência
“Donde hay poder hay contrapoder, donde hay dominación hay resistencia”.
Manuel Castells
Entender o movimento de evolução e transformação das coisas significa entender que devemos sim aprender com nosso passado, mas não repeti-lo. Quer dizer, não esqueçamos da origem das coisas. Se vidas foram dadas inteiras à obras e lutas por uma mudança social efetiva, é preciso aprender com elas. As opressões específicas estão perpassadas por uma opressão maior, o recorte de classe. É preciso uma compreensão histórica dessa dinâmica. Avaliar nossas práticas respeitando sempre a dignidade humana é o mais belo modelo de práxis militante.



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Confiança
“Você viu, e vendo, ousou fazer”.
Alan Moore




Confiar em si, no outro, na luta. Nunca perder de vista que o todo é forte, que é no coletivo que os movimentos ocorrem. Desmotivar-se pode ocorrer-nos, mas estamos vendo que essa briga por uma sociedade melhor não é de um braço só. Seguir sempre, tendo em mente que cada militante é importante porque vê e faz diferente. E vê e faz diferente junto, completando o todo da luta. Como ressalta Ademar Bogo, acreditar em três coisas é fundamental: em nós, no povo e no futuro.

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Esperança
“O futuro dependerá daquilo que fazemos no presente”.
Gandhi


Em algum momento da nossa vida uma semente foi plantada. Um galho brotou e envolveu nossa consciência. Vimos luz e possibilidades. Descobrimos que gente é explorada, oprimida e que podemos tentar mudar isso. Partimos pra luta e a plantinha só cresce, quando vê que outras sementes também evoluem em muitos sorrisos. Esperança é o que sempre devemos ter. Ela dá vida à nossa luta. Ela é a semente que brota, floreia e nos dará frutos.



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Solidariedade
“Eu sou muitas pessoas destroçadas”.
Manoel de Barros 


Por vezes, a sociedade que buscamos parece distante. Todavia temos e devemos ter em cada um de nós um pouco dessa sociedade. O cotidiano é o lugar das experimentações, e assim, desmotiva e alegra. Ver a opressão, a desigualdade, o sofrimento dos pobres, das minorias, d@s marginalizad@s, só deve nos encher de solidariedade. Devemos assim, compartilhar do outro, entendê-lo como a extensão de nós mesmos.



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Ternura
“Mas a Natureza das Coisas é tal que ninguém neste mundo pode atingir coisa alguma sem dar alguma coisa em troca”.
Aldous Huxley



Che nos deixou alguns ensinamentos. Em um, ele diz que o lutador do povo deve indignar-se sem jamais perder a ternura. A ternura está em não manter ódio pelo opressor e sim por suas atitudes. Saber que a vida nunca deve ser desprezada. O amor deve moldar a luta e a busca do poder para o povo. O que inclui aí uma constante avaliação de nossas atitudes pessoais e políticas.